quarta-feira, 23 de março de 2011

Esttudo -3 "Sábado Forma Certa Função Errada"

O Sábado Foi Estabelecido Por Causa Do Homem,

E Não O Homem Por Causa Do Sábado

de Álvaro César Pestana
[Este texto foi extraido do livro "Provérbios do Homem-Deus" Copyright © 2
003 Editora Vida Cristã. Reproduzido com a devida autorização.]

Idolatria, ritualismo e outros erros semelhantes são deturpações onde "tomou-se a forma e esqueceu-se a função". O caso clássico deste problema de não agrupar bem o binômio "forma-função" é o que ocorreu com a serpente de bronze na história de Israel. Em Números 21.4-9 vemo-la sendo levantada por Moisés, sob orientação divina, para curar os que tinham fé obediente entre os israelitas. A forma da serpente tinha a função de despertar e evidenciar a fé do povo. Quem tinha fé, olhava para a serpente e a mordedura das cobras não lhes faria mal. Os incrédulos e desobedientes, ao serem mordidos pelas mesmas serpentes, não obedeceriam a ordem de fé e morreriam em grande desespero.
A história da serpente de bronze, contudo, não terminou ali. Em 2 Reis 18.4 somos informados que o rei Ezequias destruiu esta mesma serpente. O motivo da destruição foi o fato dos israelitas adorarem essa imagem de bronze, como um ídolo, um talismã ou um deus. Eles tomaram a mesma forma, de fato o mesmo objeto que Moisés tinha feito, mas mudaram completamente a sua função. O provérbio de Jesus que vamos estudar observa o mesmo problema, em outra situação, e ensina como solucioná-lo.

FORMA CERTA E FUNÇÃO ERRADA

O judaísmo do tempo de Jesus estava cheio de usos errados das formas-funções estabelecidas no Velho Testamento. Um exemplo disto pode ser visto no início do Sermão da Montanha (Mateus 5) ou no discurso contra os líderes religiosos (Mateus 23).

O modo como a tradição judaica encarava o sábado também era um exemplo desta distorção das formas e funções veterotestamentárias. O sábado deveria servir para descanso e meditação, mas acabou sendo transformado em um pesadelo de regulamentos e listas "pode e não-pode".

Jesus corrigiu este problema ensinando: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Marcos 2.27). Este aforismo acaba com os conceitos errados sobre a função do sábado.

Como era o costume de Jesus ao ensinar, ele volta à raiz da instituição para poder compreendê-la melhor. O Senhor faz referência à criação e pede que observemos a intenção do Criador ao estabelecer, posteriormente, a instituição do repouso sabático.

Este provérbio foi construído num claro caso de paralelismo antitético, onde as frases têm idéias que se contrapõem. Nos provérbios construídos em paralelismo antitético, geralmente a última frase da parelha recebe maior ênfase, mas este não é o caso aqui. Este provérbio é uma exceção à regra geral (ver Introdução), pois enfatiza mais a idéia: "o sábado foi feito por causa do homem". Esta quebra da regra geral também se explica pelo desejo de Jesus de enfatizar uma frase anexa ao provérbio onde ele disse: "de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado" (Marcos 2.28). Assim o provérbio tem ênfase na primeira frase do par antitético e também na frase anexa ao final.

O provérbio está em forma quiástica:

A "O sábado foi estabelecido
B por causa do homem,
B' e não o homem
A' por causa do sábado;
C de sorte que o Filho do homem
C' é senhor também do sábado" (Marcos 2.27)

Fonte: http://www.hermeneutica.com/estudos/sabado.html

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